22 dezembro, 2009

Oh, oh, oh...



...desejar um feliz Natal a todos os seguidores deste blog. Por falta de disponibilidade (a habitual azáfama natalícia) este  post ainda não é "o tal" sobre "o cuidar". Esta é a minha época do ano preferida, pela magia que (ainda) parece existir no Natal, pelas mensagens de paz e amor, pelos presentes, pelas decorações, pelas iguarias tradicionais... É uma época triste para os doentes que vão passar o Natal internados, mas mais triste ainda para quem (só por eles) tem de ficar a trabalhar, os enfermeiros e que não são poucos, e que não ganham mais por isso. Assim, para os que tal como eu ainda acreditam no Pai Natal e para os restantes:

DESEJO UM NATAL MUITO FELIZ 
JUNTO DOS QUE MAIS AMAM!

LProlog

18 dezembro, 2009

Essência Natural



...ser essencial. Sendo que temos muitos colegas que insistem em falar da essência da enfermagem sem saber do que falam, decidi pesquisar e reflectir um pouco neste assunto, para não cometer o mesmo erro. A essência pode ser definida como as propriedades imutáveis de algo. Virgínia Henderson disse que "a definição de enfermagem não é para toda a vida. Creio que a enfermagem é modificada pela época em que é praticada e depende, em grande parte, do que fazem os outros profissionais de saúde." Assim sendo, poderá falar-se numa verdadeira essência da enfermagem (com características imutáveis)? Segundo grande parte dos autores (ex. Leininger e Swanson) o que é verdadeiramente imutável na enfermagem é o cuidar, sendo a enfermagem a verdadeira ciência (não a vejo como arte, por diversas razões) do cuidar. Será então o cuidar a verdadeira essência da enfermagem? E o que é afinal o cuidar? Será que este é imutável? Se a sua definição muda ao longo do tempo, também muda a de enfermagem e por conseguinte a sua essência... mas a essência não é imutável? Está assim dado o mote para o próximo post, que pela sua complexidade e extensão, que vai por à prova toda a minha capacidade de síntese, estou a redigir há uns dias (devagarinho) e tem servido como um exercício de reflexão, tal como (quase) todos os posts deste blog, sendo um dos principais estímulos para continuar o mesmo.

14 dezembro, 2009

Fashion & Style



...ter estilo. Penso que seja generalizada a censura das escolas de enfermagem em relação à imagem/estilo dos seus alunos. Na minha escola em particular, em estágio era (e fui) "aconselhado" a cortar o cabelo por "já estar demasiado comprido" ou a cortar a barba, que "devia ser cortada todos os dias". Mais grave ainda era o facto de mesmo durante o tempo de aulas haver uma censura constante e atenta ás roupas e ao estilo dos alunos em geral. Nada de roupas mais extravagantes e um colega foi proibido pela directora de entrar na escola enquanto não mudasse o corte de cabelo (pouco convencional) que tinha feito. Sem me referir sequer aos aspectos legais, que autoridade (moral) tem qualquer professor ou director ou quem quer que seja na escola para me proibir de vestir qualquer roupa ou usar determinado penteado, piercing, tatuagem, de interferir com o meu estilo próprio, a minha identidade (respeitando obviamente o pudor público)? O mais interessante é que estas ideias são incutidas em grande parte dos alunos que depois, enquanto profissionais, acabam por exercer a mesma censura sobre os colegas que ousam afirmar o seu estilo, a sua identidade. Não basta já todos nós termos de usar um uniforme/farda que de estético pouco ou nada tem e cujos objectivos não são certamente conhecidos na totalidade pela maioria dos colegas (este assunto dará origem a um futuro post certamente interessante). Felizmente assistimos cada vez mais a enfermeiros que alheios a esta censura vivem e trabalham com o seu estilo próprio, com todo o tipo de penteados, piercings e tatuagens, como todos os profissionais, uma vez que isto não influencia a qualidade do seu trabalho. A enfermagem já não é (só) praticada por freiras!

04 dezembro, 2009

E tudo o tempo levou



...recuperar energias. Não há como umas boas férias (quanto maiores, melhor) para recuperar as forças (físicas e mentais). Passar uns dias "sem fazer nada", sem preocupações constantes, sem lombalgias (de esforço), sem horas para entrar e sair, sem aquele toque do despertador que já não se pode ouvir e toca na hora em que o sono nos estava a saber melhor... No regresso ao trabalho voltamos a ter aquela paciência maior que a dum santo, aquele ar fresco com um sorriso nos lábios enquanto somos agredidos (verbal ou fisicamente) por um doente mais violento e desorientado, voltamos a acreditar nas boas intenções das pessoas, esquecemos a hipocrisia dos colegas, ficamos cegos à monotonia do trabalho, continuamos é a não conseguir tolerar aquela comida de refeitório, que com aspectos diferentes não varia no sabor e se torna intragável, sobretudo para quem, como eu, come "de bisturi" (nem "tudo o que vai à rede é peixe"!) e no fim da refeição o prato parece estar mais cheio que no início da mesma (valham-nos os amigos que acabam por dissecar alguma coisa no meio dos retalhos finais). O senão é que depressa se desvanece o efeito (mágico) das férias e voltamos ao "estado habitual", novamente cansados de tudo quando ainda falta tanto tempo para as próximas. Tenho muitas saudades das férias escolares... aquelas que duravam até estarmos fartos delas, até começarmos a sentir saudades de voltar à escola.