23 abril, 2010

Profissão mais antiga do mundo


...praticar diversas formas de prostituição. Não, não venho falar da famosa história das alunas de enfermagem (nesta altura já enfermeiras?) que eram/são simultaneamente "acompanhantes de luxo". Vou falar de outros tipos de prostituição, com outros tipos de recompensas. Falo de enfermeiros que se prostituem a si e prostituem toda a enfermagem a troco de um favor do sr. doutor, de um reconhecimento dos seus superiores ou de trabalho de outros. São os enfermeiros que servem de empregados aos srs. doutores porque precisam de um favor para si ou para um familiar, e então lhe atendem o telemóvel, lhe buscam um café ou o que o sr. doutor precisar (cada um com distintos limites); são os enfermeiros que fazem de tudo para agradar aos seus chefes e caírem nas suas boas graças, são os enfermeiros que se sujeitam a executar tarefas que não são suas para que as assistentes operativas façam o trabalho que seria deles. Mas ainda mais grave que estas formas de  "auto-prostituição" (ainda que prostituam toda a classe) são os casos dos enfermeiros que usam os seus colegas com quem trabalham; estou-me a referir por exemplo aos enfermeiros-chefe que prostituem os enfermeiros do seu serviço a troco de uma promoção/nomeação ou ainda a troco de umas horas de empregada doméstica (leia-se assistentes operativas) gratuita em sua casa, sendo que neste caso a prostituição é também das assistentes operativas. Há quem lhe chame "banco de favores", mas eu chamo-lhe mesmo prostituição, uma vez que esta num sentido mais lato e figurado também pode ser vista como um banco ou uma troca de "favores". Colegas, prostituam-se à vontade, mas deixem-me fora disso que eu não me importo de continuar com "saldo zero" no "banco de favores" e envergonhem-se de vender ao desbarato a enfermagem!

03 abril, 2010

Saudação Pascal


...ser teísta. Por ser Páscoa, achei que devia falar sobre mais uma das coisas que observo e tento analisar/reflectir e que poderão ter alguma relevância na prática dos enfermeiros - ateísmo. Parece-me a mim que o ateísmo é mais uma espécie de "moda", de fuga à maioria, uma afirmação de diferença e superioridade de pensamento/raciocínio  em relação à "maioria" e que acaba por ser chic, salvo algumas excepções (poucas, julgo eu). Não concordo é que os teístas sejam apelidados de "crentes", pois penso que seja necessária uma maior fé/crença para acreditar que o universo na sua complexa perfeição surgiu e evoluiu unicamente através de "fenómenos naturais" do que acreditar que houve algures uma intervenção divina e que nem tudo tem uma explicação racional. Sendo que acredito na existência de uma entidade superior/divina/sobrenatural a que chamo Deus, cito Max Planck: "Para os que acreditam, Deus está no princípio. Para os cientistas, Deus está no final de todas as suas reflexões. O impulso de nosso conhecimento exige que se relacione a ordem do universo com Deus." Assim, para todos os crentes, os menos crentes e os descrentes, uma BOA PÁSCOA. Que seja melhor que a minha, que vai ser passada com a família... dos outros (dos doentes), a trabalhar, porque se assim não for, nem os míseros €1020 me pagam.